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Ironia e ciência em O Alienista, de Machado de Assis
Alex Alves Fogal, Lisa Galvão Elisei

Última alteração: 2016-09-20

Resumo


A obra de Machado de Assis tem como uma de suas principais marcas o recurso da ironia, cujo uso é capaz de desconstruir padrões, dar mobilidade à narrativa e também estabelecer juízo reflexivo sobre os eventos que são narrados. Este projeto visa estudar compreender de que maneira o procedimento irônico atua sobre o tema da razão científica no conto “O alienista”, publicado no livro intitulado Papéis Avulsos, no ano de 1882. A meta é apontar que um dos pressupostos centrais da obra é a crítica ao modelo determinista e positivista que imperava na ciência do final do século XIX e que, de alguma forma, ainda ecoa em alguns setores de nossa sociedade. Através dos dilemas do personagem Simão Bacamarte, a narrativa mostra-se fértil para tentarmos investigar a transformação dos paradigmas científicos no mundo moderno e também o papel de um país subdesenvolvido como o Brasil dentro do contexto do pensamento científico do Ocidente. Nesse sentido, será importante observar de que maneira o desempenho irônico do narrador do conto e a conformação da linguagem, dois dispositivos propriamente estéticos, estão conjugados aos elementos históricos e sociais que compõem a fatura da obra, efetuando-se assim uma interpenetração entre forma literária e processo histórico-social.

Palavras-chave


Ironia. Ciência. Machado de Assis.