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O EVOLUCIONISMO ÀS AVESSAS NA POESIA DE AUGUSTO DOS ANJOS
Última alteração: 2019-01-28
Resumo
A obra poética de Augusto dos Anjos é tradicionalmente reconhecida devido à sua excentricidade, ocasionada pelo emprego de termos de caráter científico e técnico. Grande parte da crítica que se dedicou à obra nos momentos mais próximos à sua primeira edição, considerava que o uso da terminologia científica era apenas um pobre traço de influência herdado da aventura cientificista da Escola do Recife, cujo representante mais conhecido foi Tobias Barreto. Conforme esperamos demonstrar, ao contrário da superficialidade da agremiação científica recifense – restrita aos parâmetros do Positivismo de Auguste Comte e de uma má interpretação do evolucionismo de Charles Darwin – a poesia de Augusto dos Anjos apresenta uma desconstrução do paradigma científico tradicional da época. Para investigar isso, focalizaremos como a sua obra se mostra capaz de instaurar um conceito de evolucionismo às avessas, visto que em seus poemas o eu-lírico busca se associar às espécies superadas na escala evolutiva, produzindo uma perspectiva irônica e pessimista sobre a sociedade, o conhecimento e também acerca das relações entre os seres humanos e a natureza. De acordo com essa linha de interpretação, o evolucionismo reverso observável na poesia de Augusto dos Anjos é uma importante chave interpretativa para o seu método poético.
Palavras-chave
Ciência. Augusto dos Anjos. Evolucionismo.