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A “RAÇA” VISTA DE FORA: OS “BRASILEIROS” NA ÓTICA DOS VIAJANTES ESTRANGEIROS DO SÉCULO XIX (SAINT-HILAIRE, AGASSIZ E LOUIS COUTY)
Última alteração: 2018-09-04
Resumo
Durante o século XIX, vários viajantes percorreram o Brasil com objetivos diversos, que iam desde missões diplomáticas até expedições científicas com o intuito de reconhecer a diversidade biológica e geográfica do território. Nestas expedições, os viajantes acabavam fazendo descrições sobre a “raça” brasileira e teses sobre as potencialidades de desenvolvimento ou não de um país mestiço e com um número considerável de negros. Assim, a finalidade do trabalho é entender as transformações destas percepções ao longo dos oitocentos e como elas ajudaram a construir um discurso racial no Brasil, que colocava sérias dúvidas sobre os benefícios da mestiçagem intensa que ocorria na sociedade. Neste sentido, a metodologia da pesquisa baseia-se na leitura crítica das obras de três estrangeiros que estiveram no Brasil em momentos diferentes do século XIX: Auguste de Saint-Hilaire(1816-1822), Louis Agassiz (1865-1866) e Louis Couty (1879-1884). Após a análise das fontes selecionadas, foram percebidas diversas semelhanças entre os discursos raciais destes viajantes, mesmo separados por um período de tempo considerável. Constatamos que as narrativas estrangeiras sobre as “raças” do Brasil e sobre as consequências destas misturas para a nação sofreram poucas alterações ao longo do período analisado, uma vez que eram movidas pelo racialismo europeu, predominante nas ciências daquele século. Além disto, elas influíram negativamente nos discursos raciais da atualidade.
Palavras-chave
Raça. Viajantes. Mestiçagem