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BLACK MIRROR: A TECNOCIÊNCIA NO ESPELHO DISTÓPICO DA PÓS-MODERNIDADE
Última alteração: 2018-09-18
Resumo
Este projeto tem como objetivo analisar a série britânica Black Mirror, a partir de suas abordagens distópicas, no seio da produção tecnociêntífica neoliberal e contemporânea. A distopia é uma estratégia de construção imagética comum na ficção científica, a antítese do discurso do progresso, ao apresentar um futuro lúgubre, opressor e apocalíptico, constituindo-se, por isso, numa importante ferramenta de crítica social. Acredita-se que a série oferece uma leitura do que se convencionou chamar, por alguns teóricos, de pós-modernidade, ao abordar em seus episódios a construção de possibilidades futuras sombrias, marcadas pelo mau uso social da produção tecnológica, somada a uma crítica à tecnociência, termo que designa um tipo de conhecimento vinculado e submetido à produção econômica, a partir da década de 1970. A série traz como marca a recorrente a presença de artefatos tecnocientíficos da atualidade, conectados às discussões sobre a espetacularização da vida, o papel central da mídia, a liquidez das relações humanas mediatizadas pelo consumo. Assim, o projeto considera a série como uma leitura sociológica dos dias atuais, ao materializar as angústias de uma sociedade hipertecnológica, hegemonizada pelo mercado, mas que também possibilita outras reflexões: sobre a instrumentalização da tecnologia; a crítica às visões de neutralidade da ciência; o questionamento da ideia do progresso como meta e fim do conhecimento.
Palavras-chave
Black mirror. Tecnociência. Pós-modernidade.