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MEMÓRIAS DO COTIDIANO EM SAGARANA: CONFLITOS, DIÁLOGOS E CANÇÕES
Última alteração: 2018-08-31
Resumo
Este projeto estabelece reflexões a respeito do livro Sagarana, de Guimarães Rosa, e de dois filmes – baseados em contos do livro: A hora e a vez de Augusto Matraga, de Roberto Santos, e Duelo, de Paulo Thiago. As análises levam em conta discussões relativas aos conceitos de memória e comunidade. Além da avaliação das obras e dos filmes, foram feitas leituras sobre as produções e sobre os conceitos de memória e comunidade. Um aspecto importante na pesquisa foi a investigação a respeito das cantigas folclóricas, coletadas e mesmo recriadas por Rosa, e das trilhas sonoras dos filmes, compostas por Geraldo Vandré e Tom Jobim. Os contos e os filmes, por um lado, nos sugerem a importância da ascese, do controle dos impulsos, da eliminação de injustiças, maldades e preconceitos para um melhor funcionamento comunitário. Por outro lado, apresentam traços da memória cultural popular por meio de invenções artísticas, saberes e crenças religiosas. As canções ligam-se à vida cotidiana, à memória coletiva, a experiências partilhadas e dialogam fortemente com o conteúdo dos enredos. As cantigas folclóricas e as trilhas sonoras acentuam experiências estéticas proporcionadas pelas narrativas, aproximando espaços, tempos e personagens do público receptor. O trabalho com os contos, os filmes, as músicas, com os conceitos de comunidade e de memória, com a noção de intertextualidade e de literatura expandida enriqueceram bastante nossa compreensão a respeito do campo artístico-literário.
Palavras-chave
Sagarana. Guimarães Rosa. Literatura. Cinema. Música