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O LUGAR DA MULHER NA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI)
Última alteração: 2018-09-19
Resumo
A socialização molda a mulher para fazer escolhas e ter comportamentos que a remetem ao mundo feminino. Ao desafiar a segregação horizontal – que a leva a escolher profissões e postos de trabalho “de mulher” – e optar por carreiras em áreas tecnológicas, enfrenta inúmeros obstáculos para sua inserção, permanência e ascensão profissional nessas áreas. A pesquisa busca apreender o lugar que a mulher ocupa no setor de Tecnologia da Informação (TI) e os saberes que são produzidos e mobilizados por ela nesse tipo de trabalho de altamente qualificado, em uma área do terceiro setor marcadamente androcêntrica. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas com profissionais mulheres na cidade de Belo Horizonte. A análise, à luz da divisão sexual do trabalho - base material das relações de gênero -, considera o princípio da separação, que distingue trabalho de homem e de mulher, e o hierárquico - que valoriza mais o trabalho masculino -, e os mecanismos de exclusão da mulher, que a impõe barreiras nas carreiras científicas e tecnológicas. Em interlocução com a Ergologia - abordagem multidisciplinar que estuda o trabalho e a produção de saberes sobre ele -, evidencia um cenário permeado por associações simbólicas entre tecnologia e masculinidade, onde lugares e papéis apropriados para homens delimitam e condicionam os campos de atuação feminina, concentrando-as em áreas menos técnicas da TI, que convocam saberes da interação social, considerados saberes femininos “inatos” ou naturais.
Palavras-chave
Divisão sexual do trabalho. Ergologia. Mulheres na tecnologia da informação. TI