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A presente pesquisa pretende analisar o uso social do telefone nas primeiras décadas da nova capital de Minas Gerais. A Cidade de Minas, depois Belo Horizonte, é um experimento de urbanização planejada e deliberada. A cidade nasceu e foi construída sob o discurso do progresso e da modernização do novo estado republicano. O telefone aparece, nesse contexto, como um dos artefatos identificados com esse discurso: a existência de um sistema telefônico na nova capital reforçaria sua vinculação à modernidade e ao progresso, visivelmente identificados com os artefatos tecnológicos. A investigação sobre o uso desse aparelho de comunicação pela sociedade belorizontina se dará por meio da análise e interpretação dos periódicos locais (jornais e revistas) produzidos durante a Primeira República. A leitura qualitativa permitirá identificar elementos do discurso sobre o artefato que associem essa tecnologia à modernidade, bem como os indícios de sua utilização social. Também os anúncios que abordem o telefone e os serviços a ele correlatos trarão elementos para melhor definir os elementos componentes desse discurso. Os anúncios que tenham outros objetivos, mas que apresentem um número telefônico como meio de contato, serão identificados e tabulados. Esse levantamento permitirá estabelecer se há relação entre segmentos comerciais e uso do aparelho telefônico, bem como mapear, pelo endereço dos estabelecimentos comerciais ligados às linhas telefônicas, a distribuição espacial desse sistema.

Telefone. Periódicos. Belo Horizonte - MG.