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Dentro dos presídios, as mulheres têm restritas ou nenhuma possibilidade de formação profissional e de desenvolvimento na escolarização. Frequentemente, os cursos que são oferecidos, não estão relacionados aos seus aprendizados anteriores ou não lhes apresentam perspectivas de futuro. Esta pesquisa teve o intuito de desenvolver uma metodologia para dar visibilidade e reconhecimento simbólico aos saberes mais genuínos que tais mulheres adquiriram nas mais diferentes atividades que realizaram ao longo da vida. Para o desenvolvimento do trabalho foram utilizadas adaptações de ferramentas como: Mapa da Vida; Plano de Desenvolvimento Individual (PDI); e Canvas. A experiência permitiu a estas mulheres em privação de liberdade, refletir sobre seus saberes prévios e possibilidades de emancipação econômica, ressocialização e reinserção no mundo do trabalho. Ao trabalhar dimensões do passado, presente e futuro, alinhadas aos saberes, produziu-se nesta experiência um riquíssimo material que nos permitiu várias reflexões. Sendo a principal delas, a possibilidade de deslocamento do modelo de empreendedorismo neoliberal (presentes no PDI e no Canvas) para uma perspectiva mais alinhada ao desvelamento dos saberes mais genuínos de cada sujeito. Mais do que respostas e aconselhamentos, o que se busca é acolher a questão trazida por cada sujeito e permitir que nela se reconheça um saber.

Saberes. Mulheres. Cárcere.