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A divisão sexual do trabalho é a base das relações sociais de sexo/gênero conflituosas na educação profissional. Evidencia-se a segregação de jovens do sexo feminino em cursos técnicos considerados mais adequados para elas, tais como aqueles voltados para o cuidado, destituídos de uma base tecnológica e com atividades análogas a um prolongamento das atividades domésticas. Na formação para o trabalho, os desejos e expectativas de jovens mulheres, sobretudo oriundas de classe social menos favorecida, nem sempre são levados em consideração pelas escolas técnicas encarregadas de sua formação profissional e, dentre os jovens que abandonam os estudos para trabalhar ou cuidar da prole, o percentual de jovens mulheres é superior ao dos jovens homens. Com uma população majoritariamente feminina, o Curso Pró-Técnico do CEFET-MG oferece a jovens de escolas públicas uma complementação do ensino fundamental e preparação para o vestibular de seus cursos técnicos Por meio de uma pesquisa qualitativa, teórico-empírica, à luz da teoria da divisão sexual do trabalho, a presente pesquisa evidencia nos projetos de vida das alunas do Curso Pró-Técnico do CEFET-MG suas expectativas em relação à educação profissional e ao mundo do trabalho. Os relatos das alunas, analisados de forma dialética, trazem reflexões acerca das contradições inerentes às relações de sexo/gênero na educação profissional evidenciando que a juventude feminina merece um olhar diferenciado da sociedade e de seus formadores.

Juventude socialmente desfavorecida. Educação profissional. Tecnologia. Divisão sexual do trabalho.