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MENOS AMOR E MAIS GLIFOSATO, POR FAVOR: UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA DA PRODUÇÃO TECNOCIENTÍFICA DOS AGROTÓXICOS NO BRASIL
Última alteração: 2019-09-12
Resumo
O presente trabalho objetiva analisar o debate no Brasil contemporâneo sobre o uso de agrotóxicos na produção agrícola. Parte-se da tecnociência, como referencial conceitual que retrata como a ciência e a tecnologia são movidas e condicionadas pelo mercado, construindo discursos sobre os agrotóxicos, da revolução verde à produção vinculada ao agronegócio no mundo neoliberal atual. Por meio de métodos bibliométricos, o trabalho analisa o debate atual acerca do uso de agrotóxicos na produção agrícola, a partir do levantamento no Catálogo de Teses e Dissertações da Capes. A metodologia quantitativa emprega coleta de dados referentes a dissertações e teses defendidas entre 2008 e 2018, utilizando os termos de pesquisa “glifosato”, “agrotóxicos” e “defensivos agrícolas”, classificando-os em “recomenda o uso”, “critica o uso” e “não recomenda o uso”. Até então, foram levantadas 85 dissertações e teses, sendo que 8 não recomendam o uso, 25 recomendam e 52 apontam algum efeito negativo dos agrotóxicos no meio ambiente, mas sopesam a importância econômica deles, ou seu papel para a questão da fome no mundo. Os resultados permitem problematizar a produção científica brasileira e suas relações com o modelo tecnocientífico, refletindo sobre as visões sobre a pretensa neutralidade científica, como também perceber as interações com o discurso político e midiático que envolve o setor do agronegócio no Brasil.
Palavras-chave
Agrotóxicos. Tecnociência. Bibliometria.