Tamanho da fonte:
DE IMAGENS CANÔNICAS A REPRESENTAÇÕES DISSONANTES: AS FONTES VISUAIS NOS LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA
Última alteração: 2023-08-21
Resumo
Existem diversos episódios da história brasileira que ao serem narrados, automaticamente nos remetem a imagens que se fixaram de maneira muito intensa em nosso imaginário, como é o caso da primeira missa realizada em nosso território. Primeira Missa no Brasil (1860), de Victor Meirelles, é apenas um exemplo de pintura de história que estabeleceu uma ligação tão estreita com o fato histórico narrado que se configurou como uma janela para o passado. Os livros didáticos foram os veículos que garantiram a consolidação de uma história oficial do Brasil produzida no século XIX. Desde então, o emprego de imagens nos manuais didáticos foi sendo alterado conforme as mudanças editoriais, políticas e no campo acadêmico da disciplina História. Nessa longa história do uso de imagens nos livros didáticos, os materiais disponibilizados às escolas públicas do país pelo Plano Nacional de Livro Didático (PNLD) de 2021, parecem trazer novas transformações no emprego de fontes visuais. Com o objetivo de compreender as novas escolhas dos autores e das editoras, o projeto se ocupou em catalogar todas as imagens reproduzidas na Coleção Identidade em Ação, publicada pela primeira vez em 2020 pela Editora Moderna, seguindo as diretrizes do PNLD 2021. O inventário das imagens cadastrou não apenas a tipologia do suporte - pintura, escultura, fotografia, mapa, mas também sua forma de relação com o texto crítico, além de outras categorias. Sendo assim, ao final desse trabalho foi possível confirmar uma mudança nas escolhas das imagens, assim como atestar a redução significativa das reproduções de pinturas históricas — gênero que tradicionalmente dominava os manuais do século XIX até boa parte do século XX. Adicionalmente, também foi observável o sensível aumento do uso de obras de artistas contemporâneos.
Palavras-chave
Livro Didático. Ensino de História. Imagem