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Esta pesquisa busca trazer reflexões acerca do uso dos pronomes “você” e “a gente” como marcadores de indeterminação de sujeito no português falado no Brasil quando comparado às definições e aos conceitos trazidos pela Gramática Tradicional a respeito do mesmo tema. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é descrever o uso dos pronomes “você” e “a gente”, no português falado no Brasil, como forma de indeterminar o sujeito, tendo como referencial teórico a Sociolinguística Variacionista laboviana, analisando-se aspectos extralinguísticos (idade, gênero, classe social etc.) e contextos de uso (maior ou menor grau de formalidade e monitoramento linguístico). Para a realização deste trabalho, foram utilizadas, como corpora, entrevistas divulgadas no Projeto da Norma Urbana Linguística Culta (Projeto NURC) das cidades de Recife (24 entrevistas) e do Rio de Janeiro (12 entrevistas), divulgadas on-line por meio do projeto NURC digital, totalizando 36 entrevistas. Posteriormente, foram feitas análises qualitativas e quantitativas por meio de amostras estratificadas. Para isso, converteram-se os arquivos em PDF para o formato .txt e utilizou-se o software RStudio para a leitura dos dados. Os resultados evidenciam que, no português falado nessas regiões, há preferência pelo uso de “você” e “a gente” em detrimento da maneira prescrita pela norma-padrão, o que bem evidencia a tese de Duarte (1995) de que o português brasileiro está perdendo o fenômeno “Evite pronome”.

Pronomes. Marcadores de Indeterminação. Português Brasileiro. Sociolinguística.