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Este estudo visou a analisar imagens e relatos sobre impactos da ação mineradora em Minas Gerais, a partir de recortes subjetivos, em textos literários e jornalísticos, e nas produções dos especiais multimídia Vozes de Mariana (2015) e Vozes de Brumadinho (2019), publicados no jornal Estado de Minas. O objetivo central desta pesquisa foi entender a dinâmica das imagens na elaboração de relatos sobre impactos ambientais e humanos provocados pela mineração, especialmente na dimensão do teor testemunhal. A perspectiva teórica fundamentou-se no escopo da Literatura Comparada, mais especificamente nos estudos elaborados em campos multidisciplinares entre literatura, outras artes e mídias, história e filosofia. O enfoque metodológico, desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica, contribuiu para a percepção de resultados no mapeamento de conexões entre literatura, jornalismo, produção fílmica documental e fotografia na construção de leituras críticas sobre testemunhos da história da mineração e sobre traumas oriundos de suas tragédias. Na discussão dos resultados, observou-se que, na poesia, o teor testemunhal dos relatos era transmitido com mais sensibilidade e a emoção era trazida de forma mais visceral. Além disso, também foi possível notar que havia imagens comuns, em diversos poemas e nos relatos dos especiais multimidiáticos do Jornal Estado de Minas, sobre o “mar de lama” que varreu as cidades de Brumadinho e Mariana, numa espécie de recorrência à memória coletiva produzida, em grande parte, pela mídia televisionada. A poesia de Carlos Drummond de Andrade, apesar de parecer deslocada no tempo, em relação aos textos contemporâneos escolhidos para este estudo, serviu para nortear a análise sócio-histórica, demonstrando que a tradição funesta da mineração, há muito, vem destruindo a paisagem mineira. Foi possível perceber, por fim, que as leituras teóricas de diferentes áreas mostraram-se de grande valia para a análise comparativa desenvolvida nesta pesquisa.

Literatura. Jornalismo. Mineração.