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A História da Moda pode abrir várias possibilidades de pesquisa, que vão muito além da simples análise das características técnicas das vestimentas. As peças de roupas nos revelam importantes aspectos sociais, culturais, econômicos e até políticos de dada sociedade. Em vista disto, nosso trabalho analisou as principais mudanças nos quesitos técnico e social da Moda no começo do século XX. Para isto, utilizamos dois jornais do Rio de Janeiro como fontes: A Vida Elegante (1909) e O Jornal das Moças (1914-1961). Nossa finalidade foi demonstrar como a imprensa do período retratava as mudanças relacionadas ao vestuário feminino e como isso implicava em um reforço do que seria o lugar da mulher na sociedade da época. Ao mesmo tempo, a moda era visto como símbolo de modernidade, uma vez que reproduzia os padrões europeus. A metodologia foi composta pela leitura bibliográfica sobre o tema e pela análise crítica das fontes, que foram consultadas no acervo da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. Além disso, o trabalho contou com reuniões presenciais quinzenais para discutir e analisar mais profundamente os dados coletados. Nossa pesquisa pôde perceber que, em ambos os periódicos, a Moda era utilizada para reforçar um espaço secundário da mulher na sociedade e para difundir um ideal europeu de modernidade. Ademais, os dois jornais também traziam matérias fora da temática de moda, com o objetivo de defender a condição feminina de boa mãe e esposa, além de colocar os cuidados com o lar como função indispensável da mulher ideal. Nossa conclusão foi que tratava-se de jornais voltados para as mulheres e para discutir assuntos de Moda, mas que serviam como aliado fundamental para se consolidar o padrão patriarcal acerca da posição feminina na sociedade.

Moda. Imprensa. Mulher.