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Tratar sobre o patrimônio histórico e cultural sempre desperta grandes discussões e dilemas a respeito. A maioria da população não tem o entendimento do conceito de patrimônio cultural, mais especificamente, do patrimônio arquitetônico. Está no imaginário coletivo a ideia de que patrimônio histórico são “coisas antigas”, sejam eles, edifícios, documentos, fotografias, gravuras, etc. E que as tais “coisas antigas” estão, no caso da arquitetura, vinculadas ao período colonial brasileiro. Assim, partindo deste modo de entender o patrimônio histórico, as cidades que surgiram a partir do século XX acabam por não pertencerem ao conjunto de elementos que devem ser preservados. Estas cidades possuem uma história muitas vezes desconhecida pelos seus próprios habitantes, o que acaba traduzindo na desconsideração da importância da preservação patrimonial do seu próprio município, acabando por fadá-los ao desaparecimento, muitas vezes acelerado pela especulação imobiliária. Isso tem como consequência um apagar da memória em prol de uma falsa ideia de modernização urbana, e o município de Timóteo não é diferente desta realidade, pois teve seu desenvolvimento impulsionado pela urbanização promovida pela siderurgia, nele implantada, em meados do século XX. Com o passar dos anos e cidade cresce e por consequência a especulação imobiliária, fazendo com que esses exemplares se encontrem, atualmente, em via de extinção. Muitos estão em avançado estado de deterioração, outros sendo muito descaracterizados e muitos já desapareceram. O objetivo desta pesquisa em desenvolvimento é criar um inventário artístico composto por ilustrações das edificações e catalogação das ainda existentes no município, juntamente com relatos dos proprietários e/ou moradores. Esse material inventariado será disponibilizado para consulta da população, contribuindo para a sua sensibilização e consequente proteção, proporcionando o regate histórico dessas edificações residenciais.

Patrimônio Industrial. Arquitetura Residencial. Timóteo.