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No discurso da/na/sobre a Educação Profissional e Tecnológica (EPT), há a emergência de (formas-) sujeitos e verdades como efeitos de sentido dos macrodiscursos, ou seja, as tramas macrodiscursivas afetam os microdiscursos das práticas educativas, estas, muitas vezes, (re)produtoras de desigualdades. Neste contexto, este projeto de Iniciação Científica, partindo de uma perspectiva pós-crítica, especificamente foucaultiana, se propõe a levantar, discutir, analisar e problematizar questões relativas à emergência de subjetividades, a construções de verdades, às relações de poder e de saber, à ética e à estética da existência nos discursos que atravessam a EPT, em especial no que tange ao cuidado de si (Foucault, 2010). O objetivo específico foi realizar um Estado da Arte, partindo das palavras-chave Educação Profissional e Tecnológica, ensino médio, Mindfulness, Atenção Plena, meditação e práticas meditativas, com o recorte temporal iniciando em 2000, época da emergência da Psicologia Positiva (Cabanas; Illouz, 2022). No Estado do Conhecimento, observou-se que, no mundo neoliberal, o corpo, a mente e a alma dos sujeitos são positivados (Dentz, 2024) a serviço da produtividade, da eficácia, da competição. Fórmulas “mágicas”, que prometem livrar-nos da ansiedade e da angústia etc. decorrentes do excesso de informações/escolhas abundam, entre elas programas, livros etc. de Mindfulness na/para a Educação. Notou-se ainda a existência de: 1) O McMindfulness (Purser, 2019), alinhado à racionalidade neoliberal (Dardot; Laval, 2016), a serviço da produtividade, da autorresponsabilização do sujeito, entre outros, que funciona como uma tecnologia do eu, uma forma de controle social (Forbes, 2019); 2) Mindfulness crítico e integral que alega despertar o questionamento do status quo, a desnaturalização de crenças e preconceitos e uma compaixão consciente para consigo, com os outros, com o mundo, podendo ser uma brecha para resistência ao modo de vida neoliberal (Forbes, 2019).

EPT. Cuidado de si. Neoliberalismo.