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Mais da metade dos estudantes do ensino médio integrado do CEFET Varginha utilizam o serviço de transporte urbano para chegar à instituição. A partir disso, este trabalho tem como objetivo analisar e esclarecer os impactos causados pelo uso do transporte público ao acesso dos discentes do CEFET MG Varginha, à “educação integral”, tal como idealizada pela instituição. Isto é, que pretende promover uma formação holística dos estudantes, articulando as dimensões sociais, afetivas, físicas e cognitivas. O estudo foi realizado pela combinação e análise quantitativa e qualitativa: 276 questionários e 7 entrevistas. Foi analisada a percepção dos discentes sobre sua vida escolar de todos os participantes e também a avaliação sobre a utilização do transporte público dos 164 alunos que fazem uso do serviço. Identificou-se que pessoas negras, especialmente pretas, usam mais (proporcionalmente) e com mais frequência o transporte público, assim como mulheres em relação a homens. Nessa linha, percebemos que estes grupos - negros e mulheres - são os que enfrentam mais problemas no uso do transporte público e, consequentemente, são os mais afetados negativamente em suas vivências escolares. O menor uso de equipamentos da escola pelos estudantes, como quadra e laboratórios, estão associados à frequência com que usam ônibus para sua mobilidade. Com a obtenção das análises obtidas, fez-se possível descobrir impactos causados pelo uso dos ônibus públicos sobre os alunos em diversos aspectos da experiência escolar, tais como: habilidades e competências; falta de adesão em projetos e aulas; incompatibilidade entre os horários escolares e a estruturação do serviço de transporte público, entre outros. Dessa forma, observou-se a incongruência entre os objetivos institucionais de “educação integral” e as condições de uso e funcionamento do transporte público que influenciam negativamente o acesso, a permanência e o êxito dos estudantes.

Transporte público. Educação Integral. Exclusão