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MARIA ALTAMIRA: UMA HISTORIA DO DESPEJO NA AMERICA LATINA
Última alteração: 2021-10-04
Resumo
https://www.youtube.com/watch?v=5QfVf60mwzo
A obra Maria Altamira é um romance contemporâneo que apresenta diferentes manifestações da exclusão social e da marginalização de camadas da população. O livro traz duas protagonistas, Aleli e Maria Altamira, mãe e filha, que protagonizam situações intensas de expulsão e violência. A narrativa começa em Yungay, no Peru, em 1970, e estende-se até o Brasil, em 2019. A história de vida das personagens põe à prova a ideia de pátria como um lar que acolhe, ao apresentá-la como um território inabitável, marcado pela expulsão. No decorrer da narrativa, a autora expõe diversas cenas de segregação social, como as ditaduras militares na América Latina, aldeias indígenas sendo forçadas a se deslocar, a construção da usina de Belo Monte em Altamira/PA, como o tema principal, e a luta do MTST em São Paulo. Considerando isso, o presente trabalho investiga como o conceito de pátria é construído na obra, analisando as diversas cenas de despejo, mas também a força e a autonomia dos povos que buscam manter suas formas de vida frente a um Estado que age por seu apagamento. Nesse sentido, analisamos a construção literária das comunidades indígenas e ribeirinhas a partir das expulsões decorrentes da usina de Belo Monte, mas também nos detemos sobre a apresentação dos povos latino-americanos como uma comunidade exposta a formas semelhantes de violência ao longo da história. Observamos ainda como a composição heterogênea dos membros do MTST (migrantes brasileiros e estrangeiros, ex-moradores de rua e desempregados) balança o conceito de pátria ao associar personagens com histórias diversas, mas aproximados pela constante expulsão. Finalmente, avaliamos como a escolha por protagonistas mulheres insere elementos particulares no tema da violência e do despejo. As diversas formas de abuso a que os corpos femininos estão submetidos mobiliza a integração das questões de gênero, etnia e classe e confirma como a pátria é território para poucos.
A obra Maria Altamira é um romance contemporâneo que apresenta diferentes manifestações da exclusão social e da marginalização de camadas da população. O livro traz duas protagonistas, Aleli e Maria Altamira, mãe e filha, que protagonizam situações intensas de expulsão e violência. A narrativa começa em Yungay, no Peru, em 1970, e estende-se até o Brasil, em 2019. A história de vida das personagens põe à prova a ideia de pátria como um lar que acolhe, ao apresentá-la como um território inabitável, marcado pela expulsão. No decorrer da narrativa, a autora expõe diversas cenas de segregação social, como as ditaduras militares na América Latina, aldeias indígenas sendo forçadas a se deslocar, a construção da usina de Belo Monte em Altamira/PA, como o tema principal, e a luta do MTST em São Paulo. Considerando isso, o presente trabalho investiga como o conceito de pátria é construído na obra, analisando as diversas cenas de despejo, mas também a força e a autonomia dos povos que buscam manter suas formas de vida frente a um Estado que age por seu apagamento. Nesse sentido, analisamos a construção literária das comunidades indígenas e ribeirinhas a partir das expulsões decorrentes da usina de Belo Monte, mas também nos detemos sobre a apresentação dos povos latino-americanos como uma comunidade exposta a formas semelhantes de violência ao longo da história. Observamos ainda como a composição heterogênea dos membros do MTST (migrantes brasileiros e estrangeiros, ex-moradores de rua e desempregados) balança o conceito de pátria ao associar personagens com histórias diversas, mas aproximados pela constante expulsão. Finalmente, avaliamos como a escolha por protagonistas mulheres insere elementos particulares no tema da violência e do despejo. As diversas formas de abuso a que os corpos femininos estão submetidos mobiliza a integração das questões de gênero, etnia e classe e confirma como a pátria é território para poucos.
Palavras-chave
Maria Altamira. Pátria. Despejo. América Latina