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CORPO, RUÍNA E MONSTRUOSIDADE EM VERONICA STIGGER
Última alteração: 2021-09-28
Resumo
https://www.youtube.com/watch?v=tWW-A6NH1LA
A produção literária da escritora brasileira Veronica Stigger pode ser considerada pertencente ao que Flora Süssekind classificou como “objetos verbais não identificados”, ou seja, experimentos literários de difícil classificação, por ressaltar um cruzamento de vozes, ruídos e gêneros que se consolida como uma tendência da literatura brasileira contemporânea. Baseando-se, portanto, em uma forma híbrida de construção narrativa, a ficção de Stigger é pautada pela ironia e pelo sarcasmo, estratégias encontradas pela escritora para contemplar o presente, fragmentado e em ruínas. Stigger vem se destacando no panorama nacional com uma obra que toca em temas tabus, tais como o abjeto, a deformidade, o monstruoso, a mutilação, a sexualidade e o despedaçamento dos corpos. Assim, diante de uma literatura que inquieta seu leitor, levando-o ao desconforto, esta proposta de pesquisa visou ao estudo comparativo de três livros de contos da autora: Gran cabaret demenzial (2007), Os anões (2010) e Sombrio Ermo Turvo (2019), selecionando contos paradigmáticos para se analisar a questão do corpo em seu limiar com o monstruoso. Para isso, três operadores de leitura nortearam a análise das obras em questão: o corpo, a ruína e as monstruosidades, tendo em vista que, além de presentes na temática, essas imagens se mostram no próprio texto, por meio de uma diagramação também monstruosa do livro em sua materialidade, como corpo.
A produção literária da escritora brasileira Veronica Stigger pode ser considerada pertencente ao que Flora Süssekind classificou como “objetos verbais não identificados”, ou seja, experimentos literários de difícil classificação, por ressaltar um cruzamento de vozes, ruídos e gêneros que se consolida como uma tendência da literatura brasileira contemporânea. Baseando-se, portanto, em uma forma híbrida de construção narrativa, a ficção de Stigger é pautada pela ironia e pelo sarcasmo, estratégias encontradas pela escritora para contemplar o presente, fragmentado e em ruínas. Stigger vem se destacando no panorama nacional com uma obra que toca em temas tabus, tais como o abjeto, a deformidade, o monstruoso, a mutilação, a sexualidade e o despedaçamento dos corpos. Assim, diante de uma literatura que inquieta seu leitor, levando-o ao desconforto, esta proposta de pesquisa visou ao estudo comparativo de três livros de contos da autora: Gran cabaret demenzial (2007), Os anões (2010) e Sombrio Ermo Turvo (2019), selecionando contos paradigmáticos para se analisar a questão do corpo em seu limiar com o monstruoso. Para isso, três operadores de leitura nortearam a análise das obras em questão: o corpo, a ruína e as monstruosidades, tendo em vista que, além de presentes na temática, essas imagens se mostram no próprio texto, por meio de uma diagramação também monstruosa do livro em sua materialidade, como corpo.
Palavras-chave
Estética monstruosa. Literatura brasileira contemporânea. Veronica Stigger.