O deslocamento cada vez maior do lugar de realização das práticas sociais para o universo virtual delineia um novo perfil de estudantes que ingressam nos cursos técnicos do CEFET-MG. Embora igualmente impactados pela imposição da tecnologia digital, os seus professores parecem lidar com os gêneros digitais de maneira diversa desses estudantes, o que influencia diretamente a aprendizagem. Na primeira fase dessa pesquisa, por meio de um questionário estruturado, foi feito um levantamento dos gêneros digitais utilizados comumente pelos nossos alunos do 1º ano. De posse dessa informação, e com o objetivo de evidenciar a forma como o fazem, procuramos descrever as características desses gêneros usando como marco teórico a semiótica social de Haliday e Hasan (1989). Mapeamos o contexto de situação identificando os elementos obrigatórios, opcionais e recursivos desses gêneros, bem como o contexto de cultura, contemplando as categorias: campo, relação e modo. Parece possível afirmar que a diferença de produção dos gêneros por parte dos estudantes está na maior informalidade, evidenciada pela quase ausência de elementos obrigatórios nos registros e a grande preponderância de elementos opcionais. Tal constatação pode subsidiar o ensino de recepção e produção escrita dos gêneros digitais na instituição.