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DESCARTE E MEMÓRIA: UMA ANÁLISE DO DOCUMENTÁRIO LIXO EXTRAORDINÁRIO
Última alteração: 2019-09-23
Resumo
Este trabalho tem como objetivo tecer uma análise sobre os depoimentos de sujeitos que lidam com o lixo no aterro sanitário de Jardim Gramacho, registrados no documentário “Lixo Extraordinário”. No filme narra-se a história de alguns personagens que atuam como recicladores no lixão a partir de uma interlocução com o artista plástico Vik Muniz. Para tecer a análise foi utilizada a Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau, buscando, ainda, uma abordagem interdisciplinar envolvendo a questão da memória, dos imaginários e das representações sociais. No documentário, o lixão pode ser percebido como um espaço-arquivo de memórias descartadas onde são encontrados resquícios de histórias de vida de diferentes pessoas que fazem parte da sociedade. Alguns objetos encontrados nesses espaços funcionam como marcadores do tempo, lugares e sujeitos, possibilitando uma interpretação sobre o que é descartado como lixo. Concluímos, em certa medida, que esses objetos são representativos de memórias que podem ser recuperadas e recontadas nos discursos feitos pelos sujeitos que trabalham com reciclagem. Neste sentido, interpretamos que nos lixões e aterros podem ser recuperadas algumas memórias individuais e/ou coletivas que traduzem trajetórias de vidas dos sujeitos cujo lixo foi descartado.
Palavras-chave
Análise do discurso. Documentário. Lixo extraordinário. Memória.