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OS PROJETOS DE INDUSTRIALIZAÇÃO DO ENSINO NA DÉCADA DE 1920 SOB UMA PERSPECTIVA FOUCAULTIANA: O “PODER SOBRE A VIDA” POR MEIO DA DISCIPLINA DOS CORPOS
Última alteração: 2016-11-07
Resumo
Os anos 1920 assistiram a uma importante mudança nas políticas de educação profissional no Brasil. Num primeiro plano, desloca-se o público atendido, que deixa de ser formado somente pelos “desafortunados” para abranger uma maior parcela da população. O objetivo central era o de investir na mão de obra nacional, formando uma massa operária capaz de servir ao trabalho manufatureiro. Para atender a esses novos preceitos é criado, na Câmara dos Deputados, o Serviço de Remodelação do Ensino Profissional. Suas discussões e ações vão mudar o rumo do ensino profissional no Brasil introduzindo pela primeira vez o que Fonseca (1961) chama de industrialização do ensino. O Serviço de Remodelação do Ensino Profissional, e seus produtos, expressam não só materialização da industrialização do ensino profissional no Brasil como a execução de um projeto do Estado: o de disciplinar os corpos. A conformação de corpos dóceis, numa perspectiva foucautiana, é um dos mecanismos produzidos pelo Estado para exercer poder sobre a vida. E é nessa perspectiva que abordamos a industrialização do ensino: colocando em relevo seus mecanismos de atuação e estratégias de reprodução de uma nova forma de pensar e fazer a educação profissional.
Palavras-chave
Industrialização do ensino. Educação profissional. Década de 1920.